Um Avô, Um Herói!

Foi ele… sim, foi ele quem me ensinou tantas coisas lindas, boas, todas elas com sabor a nostalgia…
È ele… quem eu terei sempre como vencedor, de tudo o k se possa alcançar nesta vida, tornando-se inesquecível…
Será ele… quem eu terei sempre como herói, pois ele sempre venceu o sofrimento com a força e coragem que Deus lhe fora dando, mesmo no sofrimento… será um dos meus Anjos, como sempre foi para Deus 🙂

Em quase tudo o que faço, me lembro dele 🙂
Mesmo com saudades, posso até chorar, mas de Felicidade, porque ele apenas me deu motivos para sorrir 🙂
O seu sorriso tão bonito, o seu tom de voz tão suave que nos transmitia um Carinho e Ternura infinitos, que nos alcançava o coração à velocidade de uma flecha e que cada marca nos desabrochava um sorriso…
Lembro-me tão bem, como se fosse hoje, de um postal que ele me enviou de França, para me desejar um Feliz aniversário… Tão lindo o postal… Com uma menina parecida comigo, na altura, com um gelado de duas bolas de diferentes sabores, na mão… E foi uma acção que me marcou tanto que, cada vez que me apetece um gelado daquele género, peço sempre uma bola de baunilha e uma de morango, exactamente como no postal 🙂 … e é tão bom… tem um sabor ainda melhor só de pensar naquilo que senti quando o recebi…
Lembro-me tão bem, quando eu tinha cerca de 7 aninhos, ele ìa a uma mercearia a Santiago, pertinho da Igreja, e me levava… eu ficava no carro dele, mas ele sempre me trazia um miminho especial… um chocolate que nunca mais consegui ver à venda no mercado…
A embalagem era azul (azulão) e tinha umas letras vermelhas que dizia TAXI, por dentro era uma waffle coberta de chocolate com um paladar incomparável e inesquecível…
À medida que o tempo passava, eu ìa vivendo momentos inesquecíveis, dos quais ele fazia parte. Lembro-me, quando tinha 8 ou 9 anitos, de lhe pedir para trazer, de França, um vestido de ballet, pois sempre tive o sonho de ser bailarina…
Ele nunca encontrou nenhum, mas ìa trazendo outras coisas que tanto eu como os meus primos, gostávamos imenso 🙂 rebuçados, gomas e chocolates… Humm… todos eles muito bons :)… podem pensar que faziam mal aos dentes, mas não era todos os dias que os saboreávamos, e além disso, faziam tão bem ao coração… eram de um sabor ímpar…
E quando os netos iam no atrelado do seu tratorzito? Chamávamos-lhe, e ainda chamamos, a catrapila ; ) eh … o vento a bater-nos no rosto… a adrenalina que sentíamos…
Lembro quando me levava a ver um boi que ele tinha nos estábulos, que com o passar dos dias ìa ficando cada vez maior, assim como o medo que eu sentia cada vez que eu me aproximava dele, mas com o meu avô por perto o receio era menor… Ele pegava na minha mão e fazíamos-lhe festinhas na cabeça… O pêlo era tão macio…
Este avô tão querido que sempre soube dar valor aos amigos… é e será sempre exemplo a seguir para o resto da minha vida…
Os seus afectos demonstrados em vários gestos, sendo um deles o convívio, fosse em sua casa ou na dos seus amigos.
Não conheço pessoa igual a ele, nem parecida… ele é Único! Cada vez que eu ìa a sua casa ele dizia, como se suplicasse, para lanchar com ele 🙂
Na mesa estava sempre um pratinho com queijos, e no frigorífico mais alguns guardados…
E naquela casa nunca faltava pão caseiro, ou até mesmo do padeiro… não poderia faltar o ingrediente que formava o laço de amizade com quem ele gostava 🙂 … junto com o copito de vinho para fazer o “Tchim, Tchim” (brinde), claro!!!
Era importante para ele, que o acompanhassem naquilo que lhe dava prazer a meio da tarde, que era a “merenda” para recarregar as energias, tanto as do corpo como as da alma :).
Este anjo, nunca mostrou quando estava a ser menos feliz… sempre mostrava um sorriso no rosto, sorriso esse que fazia desabrochar novos sorrisos noutros rostos 🙂
Tinha um enorme prazer em ver a família reunida, e para que tal acontecesse, convidava-os para almoços em sua casa, e muitas das vezes com uma ou duas horas de antecedência, mas os filhos aceitavam sempre, pois era tão bom ouvir relatos de histórias engraçadas do lugar…
Até mesmo passagens da vida dele, acontecidas em França onde trabalhou ao longo de 30 anos… Longe da família, de quem sentia muitas saudades, mas que o fizera para arranjar dinheiro para o sustento dela… Lá, fez alguns amigos, amigos esses de nacionalidade francesa que ao longo dos anos visitavam Portugal, desde a sua vinda definitiva, para estarem mais perto e continuarem as suas amizades, relatarem momentos únicos e fortalecerem os laços junto com as famílias completas…
Lembro os leilões que eram feitos debaixo do carvalho junto à eira onde eram feitas as descamisadas, pelas pessoas do sítio, nas noites frescas … ali ìa ele buscar o seu garrafãozinho de vinho 😉 eh!
Tinha um espírito muito alegre, pelo que provinham sempre expressões carinhosas como: “Tu és macaco”… sim, a publicidade do Jumbo é/era assim, e faz-me lembrar quando ele achava piada aos meus primos quando eles mostravam a sua esperteza em algo 😉
Tinha uma alma pura, vivia cada dia ao máximo!

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